Olá a todos, e sejam bem-vindos a mais uma edição de Biologia Pokémon! Eu sou lyd, um dedicado biólogo Pokémon, e pretendo cobrir o tópico de simbiose nesse artigo. Amplamente falando, simbiose é uma relação ecológica entre dois Pokémon, seja ela benéfica ou não. Nesse artigo, falarei apenas de relações interespecíficas (entre diferentes espécies), pois dediquei muito mais do meu tempo estudando esse tópico em específico. Então, sem mais delongas, vamos analisar o maravilhoso mundo da Biologia Pokémon com outro olhar:
Cooperação
Mutualismo
"Mutualismo é uma relação simbiótica na qual ambos Pokémon são beneficiados e ambos precisam de tal benefício para sobreviver."
Foongus e Lurantis são possivelmente o melhor exemplo de simbiose mutualística. Esse tipo de relação, entre plantas e fungos, é chamada de micorriza, na qual a planta cede um pouco de glicose ao fungo, que, em troca, dá à planta água e sais minerais. Algumas plantas beneficiadas por esse mutualismo não conseguem sobreviver sem o suporte do fungo, que é o caso para Lurantis, pois não consegue reproduzir e gerar sementes sem a ajuda de Foongus. De modo similar, boa parte dos fungos nessa relação dependem dela para sua sobrevivência também, e Foongus se encaixa nessa condição pois não consegue obter glicose suficiente por si só.
Existem dois tipos principais de micorriza: ectomicorriza e endomicorriza. Na primeira, o fungo não penetra as células da planta, ao contrário da segunda, na qual a hifa do fungo (uma estrutura ramificada filamentosa dos fungos) de fato penetra as membranas celulares das plantas. O caso de Lurantis e Foongus é endomicorriza, mas você pode estar se perguntando como suas raízes se conectam se eles estão sempre em movimento. Bem, Pokémon estão sempre surpreendendo nossa intuição, e por mais que nossa equipe não tenha uma resposta definitiva, nossa atual teoria é que a cada oportunidade que têm, quando não estão se movendo, Lurantis e Foongus rapidamente desenvolvem raízes e hifas, respectivamente, para se conectarem um ao outro. Esse é o porquê de nunca se encontrar Lurantis longe de um fungo e Foongus longe de uma planta.
Um fato interessante dessa relação é que, curiosamente, Fomantis na realidade parasitam Foongus, pois não têm um desenvolvimento suficiente para a autoprodução de glicose e roubam do pouco que Foongus tem. Após evoluir para Lurantis, entretanto, a relação se torna mutualística, pois Lurantis pode finalmente produzir sua própria glicose a partir da luz do sol e Foongus pode dar um passo para atrás e diminuir seu alto nível de parasitismo para alimentar Fomantis. Outro fato curioso é que essa simbiose foi recentemente estudada como sendo um pouco mais sombria do que concebida previamente: do mesmo modo que Fomantis mais novas roubam glicose de Foongus, Lurantis mais velhas inibem o crescimento de Foongus para evitar que ele fique muito forte e se livre da associação. Esse é o principal motivo de ser raro ver Amoonguss e Shiinotic em relações micorrizais. Isso é provavelmente causado pela insegurança por parte de Lurantis, pois Foongus necessita de seu auxílio para sobreviver. Apesar desse lado mais sombrio, essa relação ainda é classificada como mutualismo, pois ambos se beneficiam bastante da relação, mas essa associação serve para mostrar como o mundo Pokémon acaba sendo mais enigmático do que geralmente se espera.
Cooperação Obrigatória-Facultativa
"Cooperação obrigatória-facultativa é uma relação simbiótica na qual ambos Pokémon são beneficiados, enquanto um deles precisa de tal benefício para sobreviver."
A reprodução de Pokémon é um tópico muito delicado, mas você já percebeu que Combee, Beautifly e Noibat são comumente escolhas de trabalhadores de daycares (esses Pokémon não são usados em batalhas, porque, convenhamos, existem melhores opções para vencer uma batalha)? Pois bem, tem uma razão para isso. Para que Roselia fêmea e outras Pokémon taxonomicamente próximas possam botar ovos, elas precisam que o pólen do macho seja carregado aos seus estigmas. E por mais que uma em cinco angiospermas (um filo famoso do mundo Pokémon) decida usar o vento ou a água para carregar seu pólen, a maioria das espécies prefere que outro Pokémon realize tal trabalho.
Com suas pétalas vívidas e de um doce aroma, Roselia é capaz de atrair Combee para levar seu pólen e néctar, sendo que o pólen gruda em Combee até que aterrize em uma Roselia fêmea e o néctar é usado como comida para Combee, produzido por Roselia justamente para que Combee realize a polinização. Existem diversos métodos de polinização, todos divididos entre abióticos (não requerem outro Pokémon) e bióticos (requerem outro Pokémon). Métodos abióticos incluem vento e água, mas os casos mais interessantes são com certeza os bióticos. Entomofilia, que é o caso de Combee e Roselia, ocorre quando Pokémon do tipo Bug estão envolvidos no processo, e esse modo de polinização é notável pois tipos Bug realizam a chamada constância floral, o que significa que eles são mais prováveis de transferir o pólen para outro Pokémon da mesma espécie. Outros casos também existem, como a ornitofilia, onde Pokémon pássaros, como Trumbeak, realizam a polinização, e também a quiropterofilia, com Pokémon da ordem dos morcegos (ordem também é um grupo taxonômico e fica abaixo de classe), como Noibat, fazendo a polinização.
Você pode estar se perguntando por que essa relação não é classificada como mutualismo, mas sim uma cooperação obrigatória-facultativa. Bem, Roselia pode de fato se reproduzir sem a ajuda de Combee e outros Pokémon tipo Bug (o padrão de flores de Roselia dão uma forte indicação que Pokémon tipo Bug são os polinizadores ideais) devido à sua capacidade de se locomover e lançar pólen em direção a uma Roselia fêmea, mas com a ajuda de Combee, a população de Budew pode se tornar ainda mais dispersa, possibilitando que Roselia distantes umas das outras se reproduzam; além disso, a eficiência é aumentada consideravelmente, até porque outros métodos nem sempre acabam levando a uma polinização ideal.
Protocooperação
"Protocooperação é uma relação simbiótica na qual ambos Pokémon são beneficiados, mas nenhum precisa de tal benefício para sobreviver."
Dwebble e Mareanie têm uma associação única e interessante, e são de fato uma dupla inusitada. Mas antes de começarmos a falar sobre esses dois, é importante que você saiba algo sobre Dwebble. Apesar de serem vistos comumente em desertos, todos Dwebble têm brânquias e usam-nas para respirar. Eles retornam anualmente ao litoral para reproduzir e armazenar água; seu exoesqueleto é capaz de tal armazenagem, mas sua carapaça também é adaptada a acumular oxigênio do ar e possibilitar que respire usando suas brânquias. Ainda assim, uma boa parte dos Dwebble na verdade são encontrados caminhando sobre recifes de coral ou partes rasas do oceano; eles não costumam ser vistos na superfície, pois Dwebble não sabem nadar e ficam no assoalho submarino. Também não se pode vê-los ao mergulhar em Hoenn já que Dwebble costumam ficar em locais mais rasos, mas mesmo assim vários Dwebble são vistos nos recifes de corais de Alola, onde eles se encontram com Mareanie.
De volta à simbiose deles, Dwebble dá a Mareanie uma carona em sua concha, possibilitando que Mareanie se mova com muito mais eficiência, enquanto Dwebble se protege de predadores como Basculin, Bruxish e Seaking, que não aguentam a toxicidade de Mareanie mas ameaçariam Dwebble marinhos caso contrário. Mareanie também come um resto ou outro das refeições de Dwebble, mas é mais que capaz de caçar um pouco por si só e voltar para a carona de Dwebble. Outro aspecto interessante dessa cooperação é que, sempre que Dwebble cresce e precisa de uma concha maior, Mareanie o faz companhia, indo para a nova concha. A associação deles é tão forte, de fato, que eles enviam estímulos um ao outro para que não evoluam, já que Crustle costumam sair da água para viverem em praias ou desertos e Toxapex se recusam a fazer uma aliança com outros Pokémon e preferem ficar sozinhos; logo, evoluir significa quebrar essa relação, algo que nenhum dos dois quer, com toda sinceridade.
Essa simbiose é chamada de protocooperação porque ela não é de fato necessária: Mareanie sobrevivem bem sem a mobilidade extra e Dwebble podem escapar de predadores por si só. Mas sempre que Dwebble e Mareanie sós se encontram, você pode ter certeza que eles vão fazer essa associação.
Comensalismo
Comensalismo Obrigatório
"Comensalismo obrigatório é uma relação simbiótica na qual um Pokémon é beneficiado e o outro Pokémon é neutro; além disso, a espécie beneficiada precisa de tal benefício para sobreviver."
O processo de evolução de Mantyke é possivelmente um dos mais únicos do mundo Pokémon, sendo necessário um Remoraid próximo para acarretar na evolução, isso devido à relação de ambos. Para simplificar, Remoraid se adaptou para alimentar-se dos restos de comida de Mantine, mal sendo capaz de se alimentar e sobreviver sem a ajuda da arraia. Já a evolução de Mantyke é um tópico muito enigmático, mas como mencionado numa versão prévia de Biologia Pokémon, Mantyke são Pokémon demasiadamente altruístas, e ajudar Remoraid faz com que Mantyke se sintam felizes e prestativos, liberando uma quantidade tão alta de endorfina que leva à sua evolução.
Você pode estar se perguntando por que essa simbiose não é classificada como cooperação. Alguns pesquisadores de fato a consideram como tal, mas o consenso é que Remoraid se beneficia muito mais do que as poucas e meras vantagens de Mantine. Primeiramente, o único ganho de Mantine é que Remoraid retira ectoparasitas de sua pele, reduzindo chances de infecção e doenças. Enquanto isso, Remoraid não só recebe uma grande parte de seu suprimento alimentício de Mantine, mas o constante fluxo de água que passa por suas guelras amplifica a quantidade de oxigênio e, consequentemente, sua respiração, já que, sem a ajuda de Mantine, Remoraid teria que por si só ativamente criar sua própria forma de ventilação para a passagem de oxigênio, o que gasta muita energia. Por esse motivo, Remoraid estão destinados à morte ou são forçados a evoluir para Octillery se ficarem por muito tempo sem o auxílio de Mantine.
Por mais que ainda haja muito mistério por trás desse caso de comensalismo, Remoraid e Mantine se mostram como uma das duplas mais icônicas e pesquisadas oceano afora, tudo isso graças ao corpo adaptado de Remoraid com barbatanas dorsais especializadas em sucção e sua ideia inteligente de se grudar em Mantyke, gerando gloriosos Mantine.
Comensalismo Facultativo
"Comensalismo facultativo é uma relação simbiótica na qual um Pokémon é beneficiado e o outro Pokémon é neutro; porém, a espécie beneficiada não precisa de tal benefício para sobreviver."
As larvas de Beautifly, Wurmple, têm uma dieta baseada em folhas jogadas por Grass-types e comumente largadas no chão a partir do uso de moves como Razor Leaf e Leaf Storm. Porém, ao se alimentar das folhas de Ivysaur, Wurmple ingere uma substância chamada Ivenolida, cuja fórmula é C23H34O2, presente nas folhas do Pokémon Planta; essa substância, entretanto, não é venenosa para Wurmple e suas evoluções pois eles possuem uma resistência à mesma. Ao crescer com essa substância, Beautifly levam predadores a evitá-los, pois deixam um gosto extremamente azedo em suas bocas, fazendo com que quase todos os predadores típicos de Pokémon borboleta e mariposa prefiram não almoçar sua linha evolutiva. Caso você esteja curioso sobre Dustox, isso não vem ao caso, pois Dustox pode produzir seu próprio veneno, ao contrário de Beautifly que depende de Ivysaur.
Pesquisas extensivas levaram à conclusão, recentemente, que diferentes Ivysaur podem produzir diferentes substâncias para ajudar Beautifly, mas que causam efeitos diferentes. Por exemplo, em Ivysaur nativos de Kalos, parece que Beautifly têm seu sistema imunológico mais forte, diminuindo drasticamente suas chances de infecção com Pokérus. Beautifly também parecem poder controlar onde em seu corpo a substância fica mais concentrada, preferindo dirigir a Ivenolida para suas asas, já que é o lugar mais atacado por predadores; estudos mostram uma concentração de Ivenolida cerca de três vezes maior em suas asas do que no resto de seu corpo.
Após ler bastante sobre polinização nesse artigo, você provavelmente está se perguntando se Ivysaur pode ser polinizado por Beautifly, certo? Afinal, eles compartilham uma ótima relação. Pois bem, na verdade esse não é o caso. Ivysaur, ao contrário da maioria dos tipos Grass, estrutura seu pólen de uma maneira bem estranha, agrupando-o em sacos chamados polínia. Esses sacos se grudam nos pés dos polinizadores e são levados com eficiência extra. Entretanto, polínias são demasiadamente pesadas para polinizadores leves como Beautifly, o que significa que, infelizmente, eles ficam presos com o peso e não conseguem voar. O trabalho de polinizar Ivysaur é geralmente deixado para Bug-types maiores como Vikavolt e Volcarona.
Parasitismo
Parasitismo Obrigatório
"Parasitismo obrigatório é uma relação simbiótica na qual um Pokémon é beneficiado e o outro Pokémon é prejudicado; além disso, a espécie parasita precisa de tal benefício para sobreviver."
Por mais que Parasect seja o caso óbvio de parasitismo, nossa equipe decidiu estudar um caso mais único dessa simbiose. Desde a história antiga, é documentado que o parasita se prende a tipos Electric de maior porte, mais comumente Zebstrika, mas Flaaffy, Raichu, Luxio e Manectric também são hospedeiros para Joltik com certa frequência. Entretanto, só recentemente se descobriu o porquê do comportamento de Joltik: eletricidade. Joltik são muito pequenos e fracos para produzir sua própria eletricidade, logo acabam precisando roubá-la de Pokémon maiores para poder eventualmente evoluir para Galvantula e finalmente conseguir produzir sua própria eletricidade. A parte triste dessa relação, porém, se dá pelo fato de Joltik serem eletrófagos, o que implica que os mesmos não sobrevivem sem roubar eletricidade.
Nossos estudos recentes também concluíram que Joltik é excelente em localizar sua presa ideal, tendo uma exímia capacidade quando se trata de receber sinais elétricos de uma possível presa. Joltik têm comportamento diferente ao lidar com seus hóspedes; um dos meus colegas, inclusive, sugeriu dividir o Pokémon em duas subespécies, Ixojoltik e Argajoltik. O primeiro se gruda à sua presa com cuidado e quase sempre passa despercebido, até que eles estejam prontos para realizar uma ecdise (trocar seu exoesqueleto) e reproduzir com outros Ixojoltik, mas esse processo é relativamente demorado. O segundo grupo, por sua vez, prefere refeições breves de eletricidade, trocando de hóspede frequentemente e se reproduzindo com outros Argajoltik fora do hóspede. Apesar dessas diferenças, o estudo desse tópico ainda não é conclusivo o suficiente e não foi registrada especiação em nenhum momento.
Contudo, graças ao fato de Joltik serem minúsculos, Zebstrika mal percebe o roubo de eletricidade, principalmente porque Joltik só precisa de pouca eletricidade para se satisfazer. Ainda assim, roubo prolongado pode ser danoso a Zebstrika. Você pode estar se perguntando o porquê desse parasitismo passar despercebido, principalmente quando Joltik podem demorar até duas horas para preparar seu mecanismo de parasitismo. Nossa equipe recentemente achou provas que Joltik emitem ondas eletromagnéticas que abalam os sensores elétricos de Zebstrika. A estratégia usada por Joltik para se prende à sua presa é também interessante: eles seguem possíveis hóspedes e esperam na grama alta até que apareça a oportunidade de grudar e escalar em praticamente qualquer tipo Electric vagando por perto.
Parasitismo Facultativo
"Parasitismo facultativo é uma relação simbiótica na qual um Pokémon é beneficiado e o outro Pokémon é prejudicado; além disso, a espécie parasita não precisa de tal benefício para sobreviver."
Por mais que eu tenha falado sobre micorrizas nesse artigo anteriormente, essa associação toma um caminho um pouco diferente. A maior parte das associações micorrizais são mutualísticas, mas algumas são parasíticas como é o caso de Morelull e Alolan Exeggutor. Apesar de Morelull de fato garantir água e sais minerais para Alolan Exeggutor, como Foongus faz com Lurantis, Morelull pode provocar doenças sérias em Alolan Exeggutor.
Um detalhe interessante sobre Morelull se dá pelo cogumelo ser um dos Pokémon mais bonitos de Alola. Eu e praticamente toda a equipe de pesquisa ficamos fascinados com a beleza de Morelull à noite, pois é uma das poucas espécies de fungo bioluminescentes graças a uma enzima, chamada luciferase, que causa a emissão de luz. Mas não esqueça que Morelull é um dos Pokémon mais perigosos para seu tamanho, espalhando doenças por toda e qualquer planta que possa trazer-lhe glicose. Além disso, existe uma forte evidência que Alolan Exeggutor costumavam habitar a Lush Jungle, mas foram exterminados pela extrema população de Morelull na floresta, causando diversos problemas patogênicos a Alolan Exeggutor, fazendo com que eles só possam ser encontrados na remota Exeggutor Island.
De volta ao tópico de micorriza, essa associação é na verdade facultativa, já que Morelull podem muito bem sobreviver sem associar sua hifa a raízes de plantas, ao contrário de Foongus. No geral, sinta-se livre para apreciar a beleza de Morelull, mas deixe seus tipos Grass longe desse monstro.
Amensalismo
"Amensalismo é uma relação simbiótica na qual um Pokémon é neutro e o outro Pokémon é prejudicado."
Já se perguntou por que Bewildering Woods (comumente chamada por treinadores Kalosianos de Route 20) tem de poucos a nenhum tipo Grass, com a única exceção sendo Foongus, Amoonguss e Trevenant? Isso ocorre graças a Trevenant; recentemente, ao pesquisar a ausência de tipos Grass na floresta, nossa equipe chegou à conclusão que Trevenant produz uma substância tóxica a muitos tipos Grass, sendo que tal substância é lançada no solo pelas raízes de Trevenant, e isso também é parte do motivo que possibilita a Trevenant controlar árvores (sim, Trevenant também pode fazer isso!). Essa relação amensalística ocorre não só com Leafeon, mas com quase todos Grass-types que se aproximam de Bewildering Woods, com a exceção sendo tipos Grass que não são plantas, como Foongus, Amoonguss, Morelull e Shiinotic, por exemplo.
Mas onde Leafeon entra nessa história? Bem, a Moss Rock de Kalos fica no coração da floresta, o que acaba levando muitos treinadores com Eevee a adentrar Bewildering Woods no intuito de evoluí-lo; o problema é que, ao evoluir para Leafeon, a substância de Trevenant começa a afetar o Pokémon recém-evoluído enquanto ele tenta retirar água e sais mineral do solo. É bastante comum para residentes das redondezas da floresta ver treinadores pedindo ajuda para seus Leafeon intoxicados; alguns até desmaiam no processo de escapar da floresta. Esse efeito é especialmente forte para Leafeon, já que, assim como Eevee e suas outras evoluções, a espécie é bastante adaptável à região que está, e isso nem sempre é bom; Leafeon absorvem muita água e sais minerais do solo, já que precisam manter um metabolismo alto em comparação a outros tipos Grass. Outro aspecto dessa simbiose é que Eevee precisa de bastante energia para evoluir para Leafeon. Porém, essa mesma substância de Trevenant também reduz o crescimento de tipos Grass, incluindo Leafeon, de certo modo tornando a evolução mal-formada; como exemplo, nossa pesquisa nos levou a concluir que Eevee evoluindo para Leafeon em Petalburg Woods, Eterna Forest, Pinwheel Forest e Lush Jungle costumam ser em média 15% maiores e mais fortes do que aqueles que evoluíram em Bewildering Woods.
Tal substância de Trevenant é um composto orgânico chamado Trevenone, cuja fórmula é C10H6O3. Graças à sua composição, essa substância não pode ser quebrada por muitos Pokémon, mais especificamente tipos Grass. De fato, Leafeon evoluídos em Kalos têm uma alta concentração desse composto em seus corpos. Coincidentemente, essa mesma substância pode ser usada na cura de diversas doenças de pele.
Competição
"Competição é uma relação simbiótica na qual ambos Pokémon são prejudicados."
No coração de Lush Jungle, uma guerra por território, comida e recursos ocorre. Ambipom e Passimian lutam por Berries como Figy, Mago, Kasib, Hondew e Grepa, alguns dos principais alimentos desses símios; mas claro, Nanab Berry é a favorita de ambos. Essa relação simbiótica é ainda mais notável já que ambos Pokémon são bastante próximos tanto taxonômica quanto geneticamente. Felizmente, como a competição é bem equilibrada, nenhum dos dois corre risco de extinção. De fato, essa competição intensifica a seleção natural, fazendo com que Ambipom de Alola sejam ligeiramente mais fortes do que aqueles de Sinnoh!
Pode ser contra-intuitivo um tipo Fighting estar empatado com um tipo Normal, porém nem sempre relações simbióticas são simples assim. Ambipom é um Pokémon muito sorrateiro e rápido, logo os nativos de Sinnoh conseguem roubar comida e recursos e ainda passar despercebidos. Ainda assim, no combate direto, Passimian têm a vantagem sobre seus compatriotas de ordem. Falando na ordem de ambos, o grupo dos primatas engloba muitos Pokémon, como Primeape, Slaking, Infernape, Simisage, Simisear, Simipour, Darmanitan e Oranguru, bem como as respectivas pré-evoluções, mas se todos têm algo em comum, é provavelmente a paixão por Nanab Berries.
Ainda no tópico de competição, existem vários tipos dessa relação, sem haver um método concreto de classificá-la. Ainda assim, o método mais comum é por mecanismo; competição por interferência é quando há confronto direto, geralmente com agressão, e competição por exploração ocorre devido à falta de recursos para ambas as espécies. O caso de Ambipom e Passimian parece ser um meio termo.
Conclusão
Isso é tudo por hoje. Imagino que já é um consenso que o mundo Pokémon é de fato fascinante, mas ao analisar simbioses é possível explorar a relação entre dois Pokémon bastante diferentes e descobrir desde pares inesperados a associações conturbadas. Espero que tenha gostado do artigo e aprendido algumas coisas sobre o mundo da biologia. Fique ligado para a próxima edição de Biologia Pokémon para saber ainda mais sobre esse lado misterioso do universo Pokémon.